O Núcleo de Educação das Relações Étnico-raciais, em parceria com os Núcleos de Educação Ambiental e Educação em Direitos Humanos, Extensão e Pastoral Universitária do Centro Salesiano de São Paulo (UNISAL)/Americana, recebeu no último dia 13 de novembro, no Auditório Azul, a peça teatral “Eu, você, nossas cores, nossa voz“, apresentada por Adriana Brasil (@adrianaferreira_brasil) e Karoline Leão (@karoliineleao), que também dirige a peça.
A proposta sensível parte de relatos de pessoas negras e reconta a história de Dandara, de Palmares, da memória e da história, e sobretudo da potência do povo negro. A peça também apresenta episódios cotidianos de racismo, seja nas escolas ou demais instituições e as lógicas de silenciamento e ameaças que crianças e adolescentes negros estão submetidos.
Na sequência, a palestra “Racismo é um projeto” (@racismoeumprojeto), ministrada por Adriana Brasil, abordou tipos de racismo e os quatro pilares que sustentam o projeto de um país marcado por exploração e discriminação contra as religiões, os costumes, as expressões diversas de origem africana e afrobrasileira. A atividade propiciou reflexões e compartilhamento de sentimentos e situações vivenciadas pelos presentes.
“Quem quer ser negro?” provocação de Adriana Brasil, ativista na UNEGRO que realizou, na quarta -feira dia 13 de novembro, uma apresentação teatral junto à atriz e diretora da peça Karoline Leão. “Eu, você, nossas cores, nossa voz” representou a história de resistência e amor-próprio que Dandara de Palmares viveu. Posteriormente, Adriana ministrou uma palestra intitulada por “Racismo é um projeto”, a qual abordou os 4 pilares racistas que construíram a história do pensamento brasileiro sobre a negritude, sendo este preconceituoso e ignorante. Adicionalmente, trouxe um vídeo abordando o lugar que cada um ocupa na hierarquia social e econômica
Mariana Bonan, participante do Núcleo de Educação Relações Étnico-raciais da unidade de Americana
“Em um encontro de arte e educação, Karoline e Adriana nos apresentaram, de forma lúdica e teatral, a importância de revelar as verdadeiras narrativas de uma história e a necessidade de combater e resistir por meio do conhecimento histórico e cultural dos povos afro-brasileiros. A riqueza de uma universidade está em momentos como esses, que fazem com que nós estudantes sejamos atravessados pela sensibilidade daquilo que foi apresentado, para além da teoria, permitindo vivenciar temas das aulas, abordados por sujeitos que narram sua própria história. Eventos como esse reafirmam, de maneira concreta, a necessidade de uma Psicologia crítica e humanizada”.
Mariana Docusse, aluna do 6º semestre de Psicologia
“Poder prestigiar o evento “Racismo é um Projeto” é um misto de emoções e conhecimento. Emoções, pois, com uma abordagem teatral bem construída e impactante, nos deparamos com preconceitos cotidianos que podem até passar despercebidos, mas são sentidos na pele. E conhecimento, pois as atrizes trazem dados contextuais sobre o racismo que nos fazem olhar com mais atenção ao nosso redor e perceber que, desde muito tempo, o racismo é um projeto. O espaço de discussão nos ajuda a termos mais consciência da nossa posição social e de como podemos nos movimentar em prol de maior igualdade e inclusão das diferenças.”.
Endrius Robert Lopes, Professor do curso de Psicologia
“Ao final surgiram perguntas muito interessantes, que contribuíram muito para o debate. Foi muito enriquecedor e tenho certeza de que eu também, como palestrante, saí mais rica dessa noite, desse feliz encontro. Essa foi a primeira apresentação após o cumprimento de 10 apresentações pela Lei Paulo Gustavo pela Secretaria de Cultura. E foi leve fluiu demais, tanto a parte teatral, quanto a palestra, desde a construção da conversa e as discussões suscitadas. Foram trocas valiosas!”
Adriana Ferreira Brasil, atriz, palestrante e uma das idealizadoras da intervenção “Racismo é um Projeto”
Texto: Profa. Mayara Coelho
Fotos: Leonardo De Souza Ribeiro e Jean Lopes